Textos para responder à questão 50.
A uberização do trabalho no século XXI
Tarefas sob demanda ganham espaço em um mercado transformado
pela automação e pela inteligência artificial
Na primeira metade do século XXI, o mundo
do trabalho está em ebulição. Os impactos das transformações provocadas pela
automação acentuada e pela inteligência artificial ainda são difíceis de
mensurar – as previsões vão de cortes de 10% a 40% dos empregos atuais. Uma
situação, porém, já faz parte do presente: as tarefas sob demanda, tendência já
batizada de uberização do trabalho. A carreira dentro de uma única empresa
ficou para trás, e as funções de média gerência estão desaparecendo num
processo considerado sem volta. O designer Wallace Vianna, de 50 anos, viveu 13
anos sob o regime da carteira de trabalho, nascido com a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), com horário fixo, férias e 13º salário. Atualmente, é
empregado de si mesmo, administra quatro contratos simultaneamente, convivendo
com oscilação de renda de um salário mínimo (R$ 954) a cinco salários (R$
4.770).
“Sou técnico, publicitário, contato,
cuido da parte financeira e administrativa. Costumo oferecer um leque de opções
para o cliente, como web designer, professor de design, cubro
férias de profissionais da área. O trabalho pode ser com carteira assinada ou
não. Depende do que aparecer”, afirmou o profissional, formado em design
pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (Uerj).
Nesse novo mundo do trabalho, os empregos
típicos da classe média vão diminuir, dizem analistas. Até mesmo profissões com
status de doutor, como a de advogado ou médico, vão sofrer baques na
empregabilidade. Leitura de peças processuais e análise de exames clínicos se
darão com base em gigantescos bancos de dados, o big
data, eliminando uma etapa da preparação
do processo na Justiça e no diagnóstico do paciente.
“Está se criando um fosso entre os
altamente qualificados e os de baixa qualificação. Cada vez se necessita menos
dos médios qualificados. Onde havia gerentes que nos atendiam em agências de
turismo e companhias aéreas, há sistemas. O trabalho das 9 horas às 18 horas
tende a desaparecer. Vai ser controlado à distância, numa contratação mais
precária, em prazos menores e com menos segurança”, disse o procurador do
Trabalho Rodrigo Carelli, professor de Direito do Trabalho e de Direito e
Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Atualmente, no Brasil, de um total de 8,2
milhões de empresas, 4,2 milhões não têm empregados. No setor de serviços, onde
o trabalho de autônomos é mais intenso, esses negócios individuais chegam a
representar 59,2%. Nesses casos, as relações de trabalho viraram relações
empresariais.
(Cássia Almeida, com reportagem de
Madson Gama. 28/05/2018. Disponível em:
https://epoca.globo.com/tecnologia/noticia/2018/05/uberizacao-do-trabalho-no-seculo-xxi.html.)
O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do Brasil
São Paulo – Faça chuva ou faça sol na
economia do país, quem trabalha com contabilidade parece estar sempre a salvo
de turbulências. Mas toda essa lendária estabilidade da carreira não se traduz
em ausência de novidades – ou de mudanças.
A chegada de novas tecnologias está
alterando a antiga profissão, e quem não acompanhar esse ritmo acabará ficando
para trás, diz o professor Bruno Salotti, coordenador da graduação em ciências
contábeis da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo).
Foi-se o tempo em que o contador era o
mero encarregado de registrar manualmente em livros cada ocorrência contábil do
negócio. As atividades burocráticas da área passaram a ser cada vez menos
feitas por humanos com a chegada da informática e, mais tarde, dos softwares
especializados.
“O profissional deixou de produzir os
dados e passou a analisá-los, com o objetivo de prever o impacto contábil de
cada decisão de negócios”, diz Salotti. Nesse sentido, deixou de olhar para o
passado da empresa – o dinheiro que entrou e que saiu no mês anterior, por
exemplo –, e passou a fazer projeções para seu futuro.
A automatização de processos em
contabilidade transformou um trabalho burocrático em analítico, o que também
abriu espaço para que ele pudesse se tornar gerencial: há anos, grandes
empresas já contam com a figura do CAO (Chief Accounting Officer), uma posição
de diretoria alternativa à do tradicional CFO (Chief Financial Officer).
“O contador tem sido trazido para o
âmbito da gestão”, afirma o professor da USP. “Ele agora ajuda a desenhar operações
para gerar economia fiscal, identificar as melhores áreas geográficas para
expandir o negócio e delinear as estratégias da companhia de forma geral”.
(GASPARINI, Claudia. 18/12/2017.
Disponível em:
https://exame.abril.com.br/carreira/o-novo-perfil-de-uma-das-profissoes-mais-estaveis-do-brasil/.)
Questão 50:
Confrontando os textos apresentados “A uberização do trabalho no
século XXI”, denominado o primeiro texto, e “O novo perfil de uma das
profissões mais estáveis do Brasil”, denominado o segundo texto, é correto
afirmar que:
A) A citação de discurso alheio apresenta-se sob forma diversa e com
propósitos distintos em ambos os textos, que em nada podem ser equiparados.
B) Os sentidos dos textos apresentados, expressos a partir de
informações consistentes, permitem que haja equivalência sobre determinado
ponto de vista acerca dos assuntos tratados.
C) Tendo em vista os meios de circulação explicitados nos dois
textos, pode-se afirmar que tanto a situação de comunicação quanto a linguagem
utilizada distinguem-se em virtude do nível de formalidade exigido para cada um
deles.
D) A compreensão dos conteúdos apresentados conduz ao entendimento
de que há uma relação explícita entre um e outro, revelando que os
procedimentos argumentativos utilizados no segundo texto expressam uma
refutação em relação aos apresentados no primeiro texto.
Resolução em texto elaborada pelo Profº Thiago:
1º) O que a questão pede?
Para analisar as afirmativas apresentadas e identificar a alternativa correta
2º) Qual estratégia vamos usar para
resolver?
Essa questão envolve interpretação. Por esse motivo, é possível que os julgamentos que vou apresentar abaixo sejam diferentes dos julgamentos feitos por vocês ao analisar cada uma das alternativas.
Nesses casos não se trata de certo ou errado, apenas ter consciência de que é possível ter julgamentos diferentes sobre as afirmações e mesmo assim chegarmos a uma mesma conclusão.
A alternativa “A” afirma que os textos
não podem ser equiparados em nada. Essa informação é falsa, uma vez que ambos
os textos tratam sobre mudanças no mercado de trabalho por causa da tecnologia.
Considerei a alternativa “B” correta,
pois entendo que de certo modo, há uma equivalência nos assuntos tratados.
A alternativa “C” considera os meios de
comunicação de cada texto para afirmar que a linguagem e a formalidade de cada
um deles é diferente. Ambos os textos foram publicados em revistas de grande
circulação, uma sendo a Época e a outra a Exame. Não consegui identificar
níveis diferentes de formalidade e tampouco diferenças na linguagem, por isso
considerei falsa.
A alternativa “D” é falsa ao afirmar
que o segundo texto apresenta ideia contrária ao primeiro. Considero mais que
evidente que ambos os textos possuem linhas de raciocínio muito parecidas e por
isso expressam ideias que se alinham. Por isso essa alternativa é falsa.
Gabarito: “B”
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