Leia
o texto a seguir, sobre o qual versam as questões 49 e 50.
Maior participação feminina no mercado de
trabalho injetaria 382 bilhões de reais na economia
por
Dimalice Nunes
Em 2014, os líderes do G20 se comprometeram a
reduzir em 25% a diferença nas taxas de participação entre homens e mulheres
até 2025. O relatório da OIT estima que, se esse objetivo fosse alcançado em
nível global, ele teria o potencial de adicionar 5,8 trilhões de dólares à
economia de todo o mundo, além de gerar grandes receitas fiscais em potencial.
Por exemplo, a receita global de impostos
poderia aumentar em 1,5 trilhão de dólares, a maior parte em países emergentes
(990 bilhões de dólares) e desenvolvidos (530 bilhões de dólares). A África do
Norte, os Estados Árabes e o Sul da Ásia teriam os maiores benefícios, já que
nessas regiões as diferenças nas taxas de participação entre homens e mulheres
superam os 50 pontos percentuais.
De acordo com a OIT, a desigualdade de gênero
continua a ser um dos desafios mais urgentes que o mundo do trabalho enfrenta.
As mulheres são substancialmente menos propensas do que os homens a participar
do mercado de trabalho e, uma vez no mercado de trabalho, elas têm menor probabilidade
do que os homens de encontrar emprego, afirma o relatório. Além disso, a
qualidade desse emprego ainda preocupa.
Desemprego maior para elas
Quando as mulheres participam do mercado de
trabalho, elas têm maior probabilidade de estarem desempregadas do que os
homens. Globalmente, a taxa de desemprego para as mulheres em 2017 é de 6,2%,
representando uma diferença de 0,7 ponto percentual com relação à taxa de
desemprego dos homens, de 5,5%.
No Brasil, entre 2012 e 2016, com a retração
econômica, o índice de desemprego medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) subiu de 7,9% para 12% – 13,6% na medida mais recente –
enquanto a taxa de ocupação da população caiu de 56,3% em 2012 para 54% em
2016. Entre as mulheres o desemprego no fim de 2016 era de 13,8% enquanto
atingiu 10,7% para os homens. Em 2018, a OIT espera que as taxas de desemprego permaneçam
relativamente inalteradas, o que manterá a desigualdade no atual patamar, sem
nenhuma melhora
esperada antes de 2021, com base nas tendências atuais.
Entre as mulheres empregadas em todo o mundo,
quase 15% são trabalhadoras familiares não remuneradas, em comparação com mais
de 5% dos homens. Nos países em desenvolvimento, onde cerca de 36,6% das mulheres
e apenas 17,2% dos homens são empregados como trabalhadores familiares não
remunerados, a diferença é maior, de 19 pontos percentuais.
Mudança cultural
A preferência e a decisão da mulher de
participar no mercado de trabalho e seu acesso a empregos de qualidade podem
ser afetados por uma série de fatores, incluindo discriminação, educação,
tarefas de cuidado não remuneradas, equilíbrio entre trabalho e família e
estado civil.
A conformidade do papel de gênero também afeta
a restrição das oportunidades de trabalho decente para as mulheres. O relatório
mostra que 20% dos homens e 14% das mulheres pensam que não é aceitável para
uma mulher trabalhar fora de casa.
Além dos benefícios econômicos, um maior
engajamento feminino na força de trabalho teria um impacto positivo no seu
bem-estar, já que a maioria das mulheres gostaria de trabalhar, 58%.
O relatório recomenda medidas abrangentes para
melhorar a igualdade das condições de trabalho e reformular os papéis de
gênero, como promover a igualdade de remuneração; abordar as causas da
segregação ocupacional e setorial; reconhecer, reduzir e redistribuir as
tarefas de cuidado não remuneradas; e transformar as instituições para prevenir
e eliminar a discriminação, a violência e o assédio no mundo do trabalho.
Políticas públicas são essenciais para amparar
a entrada e a permanência das mulheres no mercado de trabalho, mas as empresas
podem e devem ser agentes de mudança cultural. A startup ImpulsoBeta se propõe a criar estratégias e colocar em
prática ações para promover a diversidade de gênero dentro das empresas.
A sócia-fundadora da empresa, Renata Moraes,
explica que, mesmo entre as grandes empresas, poucas têm de fato estratégias de
recursos humanos para a valorização do capital humano. “Os princípios teóricos
já estão estabelecidos, há diretrizes da ONU Mulheres. O desafio é convencer os
CEOs de que isso (a inclusão e retenção de mulheres) é um valor para o
negócio", afirma.
Renata explica que existem crenças
profundamente arraigadas nas empresas, como a de que mulheres serão menos
comprometidas que os homens em determinadas fases da vida, como quando têm
filhos. "A cultura do trabalho não é a cultura da diversidade. Ainda se vê
valor na disponibilidade 24 por 7, mas homens mais jovens também não estão mais
dispostos a isso", lembra. "As empresas se dizem meritocráticas, mas
não observam de fato os resultados. A definição do que é talento e
comprometimento replicam ideais que são contraditórios", conclui.
A OIT prevê que essas taxas permanecerão
inalteradas em 2018. No Brasil, mulheres são 56% da força de trabalho, índice
melhor que a média global, mas ainda assim 22,1 pontos percentuais menor que a
masculina, estimada em 78,2%.
Dimalice
Nunes in Revista Carta Capital, — publicado 26/06/2017 00h16, última
modificação 23/06/2017 17h2,
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/maior-participacao-feminina-no-mercado-de-trabalho-injetaria-382-bilhoes-de-reais-na-economia (texto adaptado)
QUESTÃO 49:
Segundo Luiz Carlos Travaglia, Professor de
Língua Portuguesa e Linguística e pesquisador do Instituto de Letras e
Linguística da Universidade Federal de Uberlândia, o Gênero Textual se caracteriza
por exercer uma função social específica. Para ele, essas funções sociais são
pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que,
intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação,
de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos
que ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que
escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informações sobre um concurso
público, por exemplo.
Sobre o texto em estudo, está CORRETA a afirmativa:
a) Trata-se de um texto cuja intenção é
informar sobre a participação das mulheres no mercado global de trabalho e,
para isso, usa predominantemente a denotação.
b) Publicado em uma revista semanal
jornalística, suporte com predominância de notícias e reportagens, apresenta
número significativo de metáforas, o que deixa o texto mais acessível ao
leitor.
c) Com predomínio da linguagem informal, o
texto garante, pela coloquialidade, o alcance de seu público alvo, interessado
em atualidades e exigente pouco afeito a linguagens rebuscadas.
d) Apresenta-se predominantemente expositivo, o
que se garante pelo tom opinativo acerca dos dados apresentados, promovendo a
qualidade do trabalho feminino em favor do crescimento global.
Resolução em texto elaborada pelo Prof.
Thiago
Chaim:
1º) O que a questão pede?
Identificar a alternativa que apresente a
afirmativa correta sobre o texto apresentado.
2º) Qual estratégia vamos usar para
resolver?
As questões de Língua Portuguesa, nas
últimas provas, têm sido voltadas à interpretação textual. Dessa forma, vamos
analisar as alternativas apresentadas.
A alternativa “A” menciona o conceito
de denotação, que é quando a linguagem está sendo utilizada em seu sentido
literal. Esse gênero textual é comumente encontrado em reportagens e editoriais
pois, possuem o objetivo de informar e orientar o leitor a respeito de um
determinado assunto.
Verificando a forma com que o texto foi
escrito, é possível identificar que a alternativa “A” é a CORRETA.
A alternativa “B” afirma que o texto
possui um número significativo de metáforas.
Metáforas são figuras de linguagem,
como quando alguém diz: “Aquele rapaz é um gato”. Nesse caso, o locutor não
está afirmando que o homem é, na verdade, um felino. Mas provavelmente possui
características que poderiam ser comparadas ao animal, e por isso utiliza essa
figura de linguagem para descrevê-lo.
O texto não apresenta metáforas, pois
apenas refere-se a fatos e apresenta dados de pesquisas. Por isso, a
alternativa “B” é FALSA.
A alternativa “C” afirma que o texto
utiliza a linguagem informal. A linguagem coloquial é mais comum na fala. Mesmo
assim é possível encontrá-la em textos nos quais o uso da norma culta possa ser
dispensado.
Utilizamos muito a linguagem informal
coloquial nas mensagens de texto que enviamos para nossos amigos e familiares
no whatsapp. Muitas vezes com gírias e abreviações.
O texto apresentado está longe de ser
informal, por isso a alternativa “C” também é FALSA.
A alternativa “D” afirma que a autora
utiliza tom opinativo e promove a qualidade do trabalho feminino em favor do
crescimento global.
O texto, em nenhum momento, afirma que
as mulheres são melhores, ou trabalham mais, ou possuem qualquer tipo de
qualidade superiores aos homens. O que a autora expõe é que existe uma
diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho e que essa diferença é
causada pelo histórico de discriminação e tradição em se ter por certo que a
mão de obra masculina pode gerar mais retorno que a feminina.
Ela argumenta apresentando dados para
promover uma mudança no comportamento cultural a ponto de se perceber que a
mulher é tão capaz quanto o homem para desempenhar o seu papel profissional.
Por isso, a alternativa “D” também é FALSA.
Gabarito: “A”
Resolução em vídeo elaborada pela Prof.ª
Yasmin:
...em breve...
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Grande abraço!
Bons estudos!
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